#39 Agora, a deusa
Quarto capítulo: um caso de almas gêmeas
Estava conversando com uma querida amiga sobre a questão de existirem pessoas que são almas gêmeas e que isso não tem necessariamente haver com questões românticas, mas sim, de questões maiores do que um mero romance.
Na #4 Carta da Deusa, que foi publicada no Apoia.se/devishala, Héstia fala sobre pessoas-lar, aquelas pessoas que se tornam casa para nós, que nos fazem querer ficar perto, querer voltar ou até mesmo, nos sentirmos em casa. Podemos dar a sorte de encontrar pelo menos uma pessoa assim em nossas vidas ou talvez, podemos ser essa pessoa-lar para alguém.
E falando sobre um tema que ficou tão banal e superficial na minha época de adolescência que era a questão das almas gêmeas, pensei que é um complemento muito bom, não somente do que Héstia trouxe, mas também Afrodite.
Quantas simpatias, orações e feitiços eu fiz quando era adolescente para encontrar minha alma gêmea…foram muitas! Talvez, você tenha feito também! Mas, quando eu fiz, era com a ideia de encontrar a minha alma gêmea, em um sentido romântico. Algo que deixei de acreditar há muito, mais muito tempo, não porque não acredito em alma gêmea, mas, porque acredito em ALMAS GÊMEAS, no plural!
Uma coisa que me incomodava neste conceito, era como se algo estivesse me faltando, que eu precisava encontrar para ser inteira. O que me lembra muito A parte que falta, de Shel Silverstein.
Eu não queria ser uma parte faltante e também não queria imaginar, que andava por aí com algo me faltando ou faltando em alguém. Era esquisito demais. Porém, a ideia por detrás da Alma Gêmea, de forma bem generalista e simplório, é a ideia de uma pessoa que cruza seu caminho para contribuir na sua transformação interna - uma alma evolutiva. Na companhia dela, evoluímos juntas. Não necessariamente ficando juntas para sempre, mas pelo tempo que for necessário.
Algumas almas gêmeas podem sim se reencontrar de outras vidas, para quem acredita em reencardenação, ops, reencarnação. Ajudando e contribuindo nessa evolução mútua de almas.
Porém, conforme fui percorrendo meu caminho espiritual, encontrei um outro termo, que se chamar Chama Gêmea. Você já tinha ouvido falar? Já é algo muito mais intenso e como eu gosto de dizer: inevitável.
Magnético.
Grudou e não separa mais.
Há algo mais emergencial no encontro das Chamas Gêmeas, que falam não mais de um desenvolvimento pessoal, mas sim, de um desenvolvimento, evolução e transformação coletiva. As Chamas Gêmeas mobilizam massas. Elas tem esse potencial.
A primeira vez que encontrei esse termo foi estudando Madalena e Yeshua, pois eles foram ambos - almas e chamas gêmeas. Eles vieram para auxiliar na transformação um do outro e também da humanidade. Eles tinham uma missão muito especial para realizar no mundo e ainda seguem realizando.
Lady Portia e Saint Germain são chamas gêmeas. Ela é a senhora do karma, personificando a justiça, ordem, oportunidade, causa e efeito e paz. Ele o guardião da chama violeta, da magia e alquimia, onde juntos tem potencial de liberação cármica coletiva, restauração da ordem divina e regulação do campo sutil do mundo, para vivermos em mais harmonia e equilíbrio, de forma justa para todos os seres e não somente alguns que se acham escolhidos ou especiais.
Penso, que são essas pessoas alma ou chama gêmeas que encontramos no mundo, que podem ser uma ou várias, que acabam de alguma forma ou de outra, se tornando o que Héstia chamou de pessoa-lar.
Quando estamos com nossa alma gêmea ou chama gêmea estamos em casa. Tudo está perfeito mesmo na imperfeição. Tudo está em paz mesmo no maior caos. Porque juntos, tornam-se lar um para o outro.
O que me incomodava na ideia de termos que ficar procurando pela nossa alma gêmea quando eu era adolescente, era essa ideia de falta. Algo que só fui suprir quando fui praticar yoga e quando conheci Héstia. Ela fala muito de uma falta essencial e ancestral, quando estamos na sombra dela - vazias e sem fé, ausentes do nosso corpo-templo, procurando enlouquecidamente pela parte que nos falta.
O que nos disseram que nos falta.
Como se tivéssemos vindo quebradas de fábrica.
E isso de fato é algo que foi construído, filosoficamente, simbolicamente, socialmente etc. Mas, isso aqui não é um artigo e nem uma tese, como sempre falo para vocês, é uma conversa despretensiosa mas cheia de alma e calma, em alguns momentos, desespero também. Porque somos tudo isso.
Héstia é uma deusa essencial, porque ela é o centro. Imagine uma linda mandala, ela é o centro. Imagine um círculo de pessoas, ela é o centro. Imagine uma casa, ela é o centro. Imagine a si mesma, ela é seu centro - seu fogo interno. Ela nos mantém, e enquanto mantemos seu fogo acesso, sustentamos esse estado de presença e completude.
Héstia no mostra que não nos falta nada. Na verdade, quando falta, é em uma ideia de que nos abandonamos. Como se tivéssemos saído de casa e deixado a porta aberta, onde qualquer um pode entrar e tomar posse ou comando dessa casa. Ou como se tivéssemos saído de casa e deixado a porta trancada, e quando voltamos, está tudo cheio de teia de aranha e mofado.
Héstia fala que a parte que nos falta somos nós mesmas. Somos nós iremos nos completar. Não podemos esperar que alguém ou alguéns sejam as partes que nos faltam. Quando vamos até o outro com a falta, vamos receber falta também. Mas, quando vamos em um estado de estou buscando minha completude é isso que iremos encontrar.
Madalena e Yeshua estavam ambos investidos nas suas próprias completudes. Eles não eram a parte que faltava um do outro, mas a parte que iria contribuir para que se vissem e entendessem inteiros.
Então, sem muitas delongas, porque já me estendi para além do que gostaria, convido vocês a conhecerem mais sobre Héstia, que é a primogênita dos deuses. Ela é a soberana e não Zeus. E isso aqui é muito interessante - ela aproxima e ele afasta. Ela é o fogo que é levado para a casa de todos. No Olimpo, tem um fogo que não se compartilhava com os humanos. Não até Prometheus ir lá, roubar e levar para a humanidade.
Héstia não tem esse preciosismo. Ela quer que todos tenham e sejam como ela. Tenham essa oportunidade de ser seu próprio lar. De ser também uma pessoa-lar para alguém. E quando de fato estiver habitando seu próprio lar, escolhendo-se e priorizando-se, ela abre a oportunidade, de sermos como casas geminadas. Vivendo lado-a-lado, cooperando e em estado de comunhão.
Esse é o ideal de uma alma ou chama gêmea.
E você? Sente ou sabe que já encontrou sua(s) alma(s) gêmea ou chama(s) gêmea nesta vida? Como você se sente com tudo isso que trouxe hoje? Te tocou de alguma forma? Se quiser, conta nos comentários para mim.
Um forte abraço,
E como diz a letra de Triste, louca ou má, canção de Canção de Francisco, el Hombre:
Que um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define
Você é seu próprio lar
Um homem não te define
Sua casa não te define
Sua carne não te define (você é seu próprio lar)
Se você quiser experimentar a deusa para além do intelecto no seu ventre e coração, estamos com um Apoia.se bem bacana, onde nossas apoiadoras irão receber uma ‘Carta da Deusa’ (com uma mensagem inspirada, canalizada), uma meditação de conexão com a deusa do mês (que irá se apresentar na ‘Carta’), e um plus, que é um jogo oracular através dos oráculos da deusa, para guiança e orientação para o mês. Está bem bacana e a ideia, é que mais e mais mulheres tenham a EXPERIÊNCIA da Deusa e participem dessa construção de uma espiritualidade mulheril.





Que coisa linda. Gostei tanto de conhecer Hestia na jornada. Acho que não tenho chama gêmea nem alma gêmea... Será que vim pra ser fogo só?
Que coisa mais linda